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Assunto 10: O Apocalipse (Comentários sobre o Apocalipse)

[Capítulo 2-2] A Fé que Pode Abraçar o Martírio (Apocalipse 2:1-7)

A Fé que Pode Abraçar o Martírio
( Apocalipse 2:1-7 )
 
Para a maioria de nós, martírio não é uma palavra familiar, mas para aqueles que cresceram em uma cultura não cristã é ainda mais estranha. Certamente a palavra “martírio” não é uma palavra que encontramos frequentemente em nossa vida diária; nos sentimos distantes e separados desta palavra, pois é muito surreal para nós imaginarmos o nosso verdadeiro martírio. Todavia, os capítulos 2 e 3 do Livro de Apocalipse falam sobre este martírio e das suas Palavras nós devemos estabelecer a fé no martírio em nossos corações – ou seja, a fé com a qual nós poderemos ser martirizados.
Os Imperadores Romanos eram os governantes absolutos do seu povo. Tendo o poder absoluto sobre o seu domínio, eles podiam fazer qualquer coisa que seus corações desejassem. Tendo travado e vencido muitas guerras, o Império Romano subjugou muitas nações sob seu domínio, enriquecendo com os tributos pagos pelas nações conquistadas. Não tendo perdido nenhuma guerra, uma pequena nação cresceu para se tornar um dos maiores impérios do mundo. Apenas o céu era o limite do poder que o seu imperador recebeu, esse poder era tão grande que eles eventualmente eram adorados como deuses vivos pelo povo.
Não era incomum, por exemplo, que os Imperadores construíssem estátuas à sua imagem e fizessem o povo se curvar diante deles. Para os imperadores que se proclamavam deuses, a expansão dos crentes em Jesus não poderia ser outra coisa senão uma séria ameaça ao seu poder absoluto. Proibindo a reunião dos cristãos, eles recorreram a políticas opressivas para perseguir os crentes, prendendo, encarcerando e, por fim, até mesmo os executando por sua fé. Foi contra esse pano de fundo histórico que os primeiros cristãos se esconderam em lugares como as catacumbas para escapar da perseguição, e foi essa perseguição que lançou as bases para eles abraçarem o martírio para defender sua fé justa.
Foi assim que os mártires surgiram na época da Igreja primitiva. Os santos daquela época, é claro, não eram martirizados simplesmente por se recusarem a reconhecer a autoridade dos Imperadores. Eles reconheciam a sua autoridade terrena, mas não aceitavam mais aquela autoridade quando eram forçados a adorar um homem como deus e abandonar Jesus de seus corações, mesmo pagando o preço com suas próprias vidas. Os Imperadores Romanos mandavam os Cristãos negarem a Jesus e a adorá-los não simplesmente como Imperadores, mas também como deuses. Sem poder e sem querer desistir diante dessas situações, os Cristãos Primitivos continuaram a enfrentar a perseguição e a ser martirizados para defenderem a sua fé, até que o Édito de Milão em 313 D.C. finalmente trouxe a eles a liberdade religiosa. Assim como estes pais na fé que viveram antes de nós, também preferiremos a morte justa do que abandonar a nossa fé.
A passagem acima sobre as sete Igrejas da Ásia Menor não é apenas uma descrição das circunstâncias e situações daquele tempo, mas também é uma revelação sobre o que acontecerá no mundo. Nela é encontrada a revelação de que os servos de Deus e Seus santos serão martirizados para defender a sua fé. Assim como no tempo do Império Romano, virá um tempo em que um governante absoluto surgirá em uma versão moderna de Imperador romano, sujeitando a todos sob o seu reino tirânico, fazendo estátuas à sua imagem, requerendo a todos que se ajoelhem diante delas e pedindo que seja adorado como um deus. Isso não está muito longe do nosso próprio tempo e, quando esta época chegar, muitos santos seguirão os passos dos crentes da Igreja primitiva rumo ao martírio.
Devemos, portanto, manter em nossos corações a Palavra de admoestação que nosso Senhor Jesus deu às sete Igrejas na Ásia. Ao saudar, encorajar e admoestar as sete Igrejas na Ásia, Deus lhes prometeu que "aquele que vencer" "comerá da árvore da vida, que está no meio do Paraíso de Deus", e receberá a "coroa da vida, “o maná escondido para comer”, “a estrela da manhã” e muito mais! É a promessa fiel de Deus que para aqueles que vencerem por seu martírio, Ele dará todas as bênçãos eternas do Céu.
Como, então, os santos da Igreja primitiva puderam enfrentar o seu martírio? A primeira coisa que precisamos nos lembrar é que aqueles que foram martirizados eram os servos de Deus e Seus santos. Nem todos podem ser martirizados, mas apenas aqueles que creem em Jesus como seu Salvador, que não desistirem durante a perseguição e que abraçarem a sua fé e confiarem no Senhor Jesus, poderão ser martirizados.
O Apóstolo João, a quem nós vemos aqui repreendendo a Igreja de Éfeso no seu exílio na Ilha de Patmos, era o último Apóstolo vivo entre os doze Apóstolos de Jesus. Todos os outros Apóstolos foram martirizados, bem como outros santos. Falando historicamente, os santos das sete Igrejas na Ásia eram apenas alguns entre os incontáveis cristãos que foram martirizados até 313 D.C. Fugindo da perseguição das autoridades romanas, eles literalmente foram para baixo, escavando cavernas para escapar do seu alcance e reunindo-se para adorar em cemitérios conhecidos como catacumbas – atravessando tudo isso e muito mais, eles nunca renunciaram a sua fé e abraçaram com vontade o seu martírio.
Os servos e santos das sete Igrejas na Ásia, incluindo a Igreja de Éfeso, apesar de serem repreendidos por Deus, também foram todos martirizados. O que os capacitou para serem martirizados foi a sua fé no Senhor Jesus. Todos eles criam que o Senhor Jesus era Deus, que Ele levou todos os seus pecados e que era o Pastor que os guiaria para o Reino Milenar e para o Novo Céu e Nova Terra. Foi essa fé e a convicção da esperança que permitiu que eles vencessem todo o medo e a dor da morte que o martírio traz consigo.
Estamos agora vivendo no fim dos tempos. Não está muito distante que o mundo estará unido sob uma autoridade e que um governante com poder absoluto surgirá. Esse governante absoluto, conforme registrado em Apocalipse 13, ameaçará a vida dos santos e exigirá que renunciem à fé. Mas nós, os santos do fim dos tempos, seremos capazes de superar suas ameaças e coerção e defender nossa fé por meio do nosso martírio, porque temos a mesma fé que os santos da Igreja primitiva tinham.
Nos versos 4-5, Deus repreendeu a Igreja de Éfeso, dizendo: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”. O que isso significa? Significa que a Igreja de Éfeso abandonara o evangelho da água e do Espírito. Todos os santos da Igreja primitiva, incluindo aqueles da Igreja de Éfeso, criam no evangelho da água e do Espírito. É por isso que os discípulos de Jesus divulgavam e pregavam o evangelho da água e do Espírito. Portanto, o evangelho que os santos receberam dos Apóstolos foi o evangelho completo, não o falso, criado por homens que só creem no sangue da Cruz.
Está dito aqui que os servos da Igreja de Éfeso abandonaram o seu primeiro amor, isso significa que eles abandonaram o evangelho da água e do Espírito em seu ministério da Igreja. É por isso que o Senhor Jesus disse que removeria o candeeiro de seu lugar a menos que a Igreja se arrependesse. Remover o candeeiro de seu lugar significava remover a Igreja, que, por conseguinte, significava que o Espírito Santo não poderia mais trabalhar na Igreja de Éfeso.
Para os servos da Igreja de Éfeso, retornar para o evangelho da água e do Espírito não era realmente algo difícil para se fazer, mas este era o menor dos seus problemas. O que os levou a ter problemas foi que, enquanto criam no evangelho da água e do Espírito em seus corações, eles falharam explicitamente em pregar o que eles criam. Eles aceitaram em sua Igreja todos aqueles que meramente confessavam Jesus como seu Senhor, mesmo que não cressem no evangelho da água e do Espírito, quando, na verdade, confessar a fé no evangelho da água e do Espírito significava para os crentes estar preparado para o martírio.
Dessa forma, eles recebiam, em outras palavras, todos aqueles que vinham para a Igreja, independentemente se aquela pessoa tinha ou não a fé em Deus e no Seu evangelho da água e do Espírito. Porque a entrada na Igreja de Deus requeria muito sacrifício e os servos da Igreja de Éfeso estavam com medo que estes sacrifícios evitassem que pessoas entrassem na Igreja, eles falharam em pregar a verdade absoluta em seus precisos termos.
Como o Espírito Santo não pode habitar onde não está a verdade, Deus disse que Ele removeria o candeeiro. Não foi devido à falta de obras dos servos e santos da Igreja de Éfeso que Deus disse que removeria a Igreja; pelo contrário, disse que não poderia continuar habitando na Igreja porque a verdade não podia mais ser encontrada ali.
É um requisito absoluto que a Igreja de Deus siga o evangelho da água e do Espírito. Os servos e santos de Deus devem não somente crer no evangelho, mas também pregá-lo e ensiná-lo nos seus termos precisos e absolutos, pois apenas neste evangelho nós podemos encontrar o amor de Deus, Sua Graça e todas as Suas bênçãos para nós.
Em vez de pregar o evangelho, os servos da Igreja de Éfeso aceitaram em sua congregação aqueles que só criam no sangue na Cruz. Mesmo para um servo nascido de novo, para um santo ou para a Igreja, crer, mas não pregar o evangelho da água e do Espírito, que levou todos os nossos pecados com o batismo de Jesus e Seu sangue na Cruz, tornará todas as obras do nosso Senhor Jesus inúteis.
Apesar de podermos falhar diante dos olhos de Deus, se crermos e pregarmos este evangelho, o Senhor Jesus poderá habitar e trabalhar em nós com o Espírito Santo. Mesmo se os servos de Deus ou os santos estiverem cheios de deficiências, o Senhor Jesus poderá ensiná-los e guiá-los por Sua Palavra. Na Igreja do evangelho da água e do Espírito o Espírito Santo é encontrado e a presença dEle significa que esta é Santa.
Não pode haver santidade para os servos de Deus ou santos se eles não pregarem o evangelho da água e do Espírito. Eles podem dizer que não tem mais pecados, mas a santidade não pode ser encontrada onde o evangelho da água e do Espírito não é pregado.
Este é o evangelho da água e do Espírito que os santos da Igreja primitiva criam, o evangelho que proclama que o Senhor Jesus veio a Terra para salvar a humanidade, tomando sobre Si todos os pecados do mundo com o Seu batismo e levando todos eles com a Sua morte na Cruz. Ele levou todas as nossas fraquezas e deficiências com o Seu batismo. Deus levou todos os pecados das nossas fraquezas e deficiências, e se tornou o nosso eterno Pastor.
Tendo sido tão ricamente abençoado, como alguém pode trocar o Senhor Jesus por um Imperador romano e adorar um mero mortal como seu deus? Porque a Graça de Deus foi tão grande e abundante, nem as promessas, nem as ameaças de um Imperador romano puderam fazer os santos negarem o amor de Deus e eles abraçaram com vontade e alegria o martírio para defenderem a sua fé. Eles desafiaram ambas as ameaças que buscavam coagi-los a renunciar a sua fé e os esforços para indicá-los a cargos públicos de modo a convencê-los a abandonar sua fé por benefícios materiais. Nada podia fazê-los renunciar a sua fé e abandonar o seu Deus, e esta fé imortal foi o que permitiu que eles fossem martirizados.
Os corações dos mártires estavam cheios de agradecimentos pela Graça e amor de Deus que havia libertado todos eles de seus pecados por meio do evangelho da água e do Espírito. Aqueles cuja fé não podia negar o amor de Deus, que libertara para sempre todos eles de seus pecados, abraçaram o martírio sobre a apostasia. O tempo virá quando, assim como os Imperadores romanos exigiram que os santos da Igreja primitiva reconhecessem a sua santidade e os adorassem como deuses, nós também seremos coagidos a renunciar a nossa fé. Quando isso acontecer, devemos seguir os passos dos nossos ancestrais na fé e defender nossa fé com o martírio.
Apesar de sermos cheios de deficiências, Deus nos amou tanto que Ele levou todas as nossas deficiências e pecados sobre Si. Inobstante sermos tão pequenos diante de Sua Glória, Ele nos aceitou em Seus braços. Ele não apenas nos abraçou, mas também resolveu todos os problemas de pecado e da destruição e nos tornou Seus filhos e Suas noivas para sempre. É por isso que nunca podemos negar a nossa fé Nele e devemos abraçar o martírio com vontade e alegria pelo Seu nome. O martírio é para defender o primeiro amor que Deus deu para nós. Não é um produto de emoções humanas, pelo contrário, vem da fé no fato de que Deus deu a todos as Suas bênçãos, não obstante, as nossas deficiências e fraquezas. Não é pela nossa força de vontade que seremos martirizados, mas pela nossa fé na grandeza de Deus.
Existem, é claro, pessoas que morrem mártires pelo seu país ou ideologia. Essas pessoas têm uma convicção inabalável que o que eles creem é o certo e estão dispostos a morrer pelas suas causas. E quanto a nós? Como podem os filhos de Deus que nasceram de novo da água e do Espírito por meio da fé em Jesus Cristo serem martirizados? Nós podemos ser martirizados porque estamos muito agradecidos pelo evangelho com o qual nosso Senhor Jesus nos amou e nos salvou. Porque Deus nos aceitou apesar de nossas inúmeras deficiências, porque Ele nos deu o Espírito Santo, porque Ele nos tornou Seu povo e nos abençoou para viver eternamente na Sua presença, nós nunca podemos abandoná-Lo. 
Deus também nos prometeu o Novo Céu e a Nova Terra e por esta esperança nós não podemos abandonar a nossa fé. Não importa o que aconteça – mesmo se o Anticristo nos ameaçar e nos perseguir até a morte no fim dos tempos – nós nunca podemos negar nosso Senhor Jesus e Seu evangelho da água e do Espírito. Mesmo se formos carregados aos pés do Anticristo para a morte, nunca poderemos renunciar a Graça e o amor de Deus que nos salvou. Como diz o ditado: “nem por cima dos nossos cadáveres” iremos negar o Senhor Jesus. Nós podemos ser coagidos a fazer outras coisas, mas há uma coisa que nunca iremos sucumbir: não deixaremos, nem renunciaremos o amor de Jesus Cristo que nos salvou.
Você pensa que o Anticristo teria misericórdia de nós porque temos deficiências? Claro que não! Ele não poderia se importar menos! Nosso Senhor Jesus nos tornou íntegros e completos ao assumir todos os nossos pecados e ser julgado em nosso lugar, independentemente de quão fracos e deficientes sejamos. É por isso que não podemos deixar o amor da salvação do Senhor Jesus que nos libertou por meio do evangelho da água e do Espírito, pelo qual não podemos abandonar nossa fé neste primeiro amor. Nada pode ser abandonado a menos que o abandonemos em nossos corações primeiro.
Da mesma forma, se nós mantermos a nossa fé em nossos corações, poderemos defender a nossa fé até o fim, não importa quantas ameaças, promessas ou coerções sejam usadas contra nós. Se reconhecermos em nosso coração o precioso amor de Deus por nós e se nos prendermos a esse amor até o fim, nós poderemos defender o evangelho até o fim dos dias. Para aqueles que andam na fé, o martírio não é difícil de abraçar.
Devemos pensar seriamente sobre a possibilidade do nosso próprio martírio. Ele não é apenas dor e sofrimento permanentes. Nossa carne é de tal forma que até mesmo o menor furo de uma agulha pode trazer dores insuportáveis. O martírio não é resistir a tais dores na carne. Pelo contrário, o martírio é desistir de nossa própria vida. Martírio não é sofrer meramente dores físicas, mas realmente perder a vida. Quando o Anticristo exigir que o adoremos como deus, iremos resistir até a nossa própria morte. Porque somente o Senhor Jesus é o nosso Deus e só Ele merece a nossa adoração, é cabível que sejamos martirizados para defender o Seu nome. Nós não podemos trocar essa fé por nada.
O Anticristo, que nega a Deus e pede para ser adorado como deus, realmente merece ser adorado? É claro que não! Apenas Deus tem o poder de criar o mundo e o Universo. Só Ele tem o poder sobre a vida e a morte, só Ele não tem defeitos, pecados e é completamente justo diante de toda a criação, e só Ele tem o poder de tirar os pecados do mundo. E o Anticristo? A única coisa que o Anticristo tem é o poder mundano. É por isso que nós não podemos trocar o nosso Senhor Jesus por ele e é por isso que nunca podemos renunciar a nossa fé no Deus Todo-Poderoso.
Deus é Aquele que certamente nos fará eternamente felizes. Ele ressuscitará aqueles que foram feitos sem pecado pela crença em Jesus Cristo em corpos glorificados e abrirá as portas do Reino Milenar e do Novo Céu e Nova Terra para eles. Aqueles que se curvarem diante do Anticristo enfrentarão o castigo eterno e serão lançados no inferno com Satanás. Seria a coisa mais tola a fazer se jogássemos fora nossa felicidade eterna ficando com o Anticristo por medo do que seria apenas dor e sofrimento transitórios. Conhecendo essa verdade, aqueles que creem no evangelho da água e do Espírito em seus corações enfrentarão bravamente o Anticristo, serão martirizados e receberão a felicidade eterna como recompensa por seu sacrifício.
Você e eu, todos nós seremos martirizados. Não se engane: quando a era do cavalo preto terminar, a era do cavalo amarelo chegará e, então, o Anticristo aparecerá e as pragas das sete trombetas começarão. O anticristo certamente surgirá, nós, os santos, certamente seremos martirizados e, com nossa ressurreição, certamente seremos arrebatados. E com certeza entraremos no Reino dos Mil anos. É por isso que todos seremos martirizados voluntariamente quando o Anticristo nos perseguir e exigir nossa morte.
Quo Vadis, um dos filmes clássicos, mostra muitos cristãos que desistiram de suas vidas para defenderem a sua fé e cantavam louvores, mesmo quando eram mortos. O filme é uma ficção, mas o contexto histórico é todo verdadeiro – ou seja, muitos cristãos desistiram de suas vidas para defenderem a sua fé. Por que eles fizeram isso? Porque o que as autoridades romanas exigiam deles – negarem a Deus, adorarem outros deuses e abandonarem a sua fé – era algo que eles não podiam aceitar.
Se eles tivessem mudado o seu Deus, como exigido pelos Imperadores romanos, teria mudado tudo. O Imperador teria se tornado seu deus, os teria subjugado sob sua tirania e eles morreriam em batalha como suas marionetes. Eles não seriam libertos do pecado, nem poderiam entrar no Novo Céu e Nova Terra. Foi por isso que não podiam desistir de sua fé e escolheram encarar a morte certa com alegria e louvor. Eles podiam cantar louvores ao Senhor Jesus mesmo quando estavam morrendo, porque sua esperança era maior que a dor da morte.
É absolutamente importante para nós defendermos o evangelho da água e do Espírito. Também é imperativo vivermos em esperança, crendo que além de nossa morte a vida eterna nos espera em um novo mundo cheio de alegria e Glória.
Você já sofreu pelo Senhor Jesus? Você realmente já sofreu, não em razão de nossas fraquezas ou erros, mas pelo Senhor Jesus? Se o nosso sofrimento é pelo Senhor Jesus, todas as nossas dores se tornarão em grande alegria. Como o Apóstolo Paulo expressava esta alegria: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós”. (Romanos 8:18). Porque a alegria da Glória que será revelada em nós será muito maior do que a dor do sofrimento pelo Senhor Jesus, todos os nossos sofrimentos presentes serão enterrados sob a grande alegria e felicidade da nossa fé.
Em outras palavras, os santos e os mártires da Igreja primitiva podiam superar a sua dor e desistir das suas vidas pelo Senhor Jesus porque sabiam que a alegria que os aguardava era maior que o seu sofrimento imediato. O seu martírio não era produto da habilidade que eles tinham para lidar com a dor e suportar o sofrimento, mas da sua esperança na Glória que os aguardava.
Geralmente, as pessoas suportam suas dores pensando que elas podem lidar com isso. É uma batalha difícil e cansativa. Quando a sua resistência traz desapontamento, a sua frustração torna-se ainda maior – todo aquele sofrimento por nada! Mas para nós Cristãos, o que se torna maior é a alegria e a felicidade da nossa perseverança, pois estamos seguros na certeza da nossa esperança e recompensa. Se guardarmos a nossa mente para servirmos ao Senhor Jesus com todo o nosso coração, como servos fiéis, nós sabemos que a alegria e o conforto que nos esperam será maior que a dor dos nossos sacrifícios presentes. Porque todas as dificuldades serão enterradas nesta alegria, todos nós podemos viver nossas vidas pelo Senhor Jesus e abraçar o nosso martírio por Sua causa.
As pessoas têm almas, emoções, pensamentos e fé. Para as almas nascidas de novo, porque o Espírito do nosso Senhor Jesus está habitando nelas, ser perseguido devido a sua Justiça só poderá trazer alegria e felicidade indescritíveis pela Glória que os aguarda. Mas, se eles deixarem o primeiro amor, o Senhor Jesus não hesitará em remover o candeeiro.
Se aqueles que serviam com alegria ao evangelho da água e do Espírito com todo o seu coração e vida cessarem de fazer isso, só pode significar que deixaram gradualmente a alegria de servir ao evangelho, o seu primeiro amor, mesmo se não abandonaram totalmente o evangelho. Eles ainda podem estar guardando a sua fé, mas se não pregarem mais o evangelho e não tiverem mais um claro entendimento do que é necessário para ser salvo – que o sangue da Cruz não é suficiente para a salvação – então a sua fé será diluída e seu martírio se tornará inacessível para eles. Deus então removerá o seu candeeiro do lugar.
Aqueles que servem ao evangelho com alegria e firmeza poderão abraçar o martírio, porque nunca deixaram o seu primeiro amor. Porque estas pessoas foram abençoadas por Deus, por crerem e pregarem o amor de Cristo, elas podem ser martirizadas. Não importa a sua capacidade ou seus dons; se você não pregar o evangelho da água e do Espírito, a Igreja será removida do seu lugar. Esta é uma mensagem importante que Deus quer que guardemos. Se nós percebermos e crermos nesta verdade, podemos renovar nossos corações no fim dos tempos e poderemos ser martirizados pelo nome do Senhor Jesus.
Qual é a essência fundamental que sustenta nossa fé? É o evangelho da água e do Espírito. Se não fosse o evangelho da água e do Espírito, de que valeria nossas obras de fé? A razão pela qual nós podemos manter a nossa fé é porque Deus nos amou e nos abraçou em Seus braços com Seu evangelho da água e do Espírito. Porque este amor é imutável e nos glorifica, nós podemos manter nossa fé e continuar pregando e espalhando o evangelho.
Apesar de nossas fraquezas, podemos correr em direção a Deus até o fim, porque o evangelho da água e do Espírito nos salvou e neste evangelho encontramos o amor de Cristo. Estamos cheios de deficiências, mas, porque fomos revestidos pelo evangelho da água e do Espírito que é cheio do amor de nosso Senhor Jesus, podemos amar nossos irmãos e irmãs, os servos de Deus e todas as almas do mundo. Fundamentalmente, o amor-perfeito está além do alcance do homem. Porque não há amor entre nós, somos incapazes de amar outra pessoa, mas apenas a nós mesmos em egoísmo. Muitas pessoas são enganadas pelo que aparece na superfície, atraídas pela fachada brilhante que é superficial. Eles julgam as pessoas de acordo com os bens materiais e externos que possuem. Mas entre os verdadeiros crentes está o amor de Deus. Isso é o que nos permite pregar o evangelho, o amor-perfeito de nosso Senhor Jesus.
Nosso Senhor Jesus veio a esta Terra, foi batizado para receber todas as nossas fraquezas e nos limpou de todos os nossos pecados para nos salvar. Como, então, podemos deixar nosso primeiro amor que nos fez filhos de Deus? Nós podemos fraquejar em muitos aspectos, mas nunca fraquejar em nossa fé nesta verdade. Devemos pregar este evangelho com nossa fé absoluta. O que mais necessitamos em tempos de tribulação é exatamente esta fé no evangelho da água e do Espírito. Quando enfrentamos provações e tribulações, a força para defender nossa fé e vencer as dificuldades vem somente da fé no evangelho da água e do Espírito. É pelo poder deste evangelho que nossa face pode brilhar, mesmo quando estamos fracos pelas incontáveis lutas que encaramos em nossas vidas diárias. Este é o amor de nosso Senhor Jesus.
Algumas vezes, as pessoas estão a ponto de cair na armadilha do legalismo, pensam que Deus as abençoou pelo que elas fizeram. Eu não diria, é claro, que isso é inteiramente falso, pois Deus disse que Ele amaria aqueles que o amassem, mas não é pelo que nós fizemos que Deus nos amou tanto para nos tornar sem pecado. Porque Deus conhece todas as promessas que Ele fez para nós e todos os nossos pecados, Ele tem nos abraçado em Sua perfeita vontade e amor, nos tornando completos. Apenas pelas suas bênçãos é que podemos viver felizes. Por ter Deus nos feito Seu povo e Seus servos é que podemos trabalhar pelo Senhor Jesus, ser vestidos por Sua Glória, pregar o evangelho para outros e, quando o tempo chegar, ser martirizados em Seu nome. Ele é o único capaz de fazer estas coisas.
Onde as mulheres mártires em Quo Vadis encontravam força para cantar louvores ao Senhor Jesus, mesmo quando estavam sendo mortas? Elas encontravam a força no amor de nosso Senhor Jesus. Porque o amor de Cristo foi tão grande, puderam abraçar o martírio com louvores.
Os mesmos princípios se aplicam às nossas próprias vidas. Nós vivemos nossas vidas porque o Senhor Jesus nos permite; não é pelas nossas próprias obras que vivemos como filhos e servos de Deus. Nós não fizemos nada para merecer isso. É pelo perfeito e imutável amor de Deus por nós e pela nossa fé neste amor que podemos segui-Lo até o fim, mesmo que tropecemos algumas vezes. Esta força é a força de Deus e não a nossa. O martírio é possível apenas pelo amor de Deus que nos fez completos – só pela Graça de Deus podemos abraçar o martírio. Lembre-se desta verdade, é Deus que permite que você seja martirizado e não perca seu tempo tentando se preparar para o martírio, como se fosse algo que você pudesse fazer. Apenas nossa fé no evangelho da água e do Espírito poderá nos capacitar para louvar ao Senhor Jesus até o nosso último suspiro.
O Senhor Jesus falou para as sete Igrejas na Ásia: “Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus”. A árvore da vida é encontrada no Novo Céu e Nova Terra. Lá está o Trono de Deus, casas construídas de pedras preciosas e o abundante rio da vida. Para aqueles que vencerem, Deus prometeu este paraíso, onde viverão eternamente com Ele na perfeição.
Aqueles que vencerem farão isso com sua fé no evangelho da água e do Espírito. Qualquer coisa além deste evangelho tornaria a vitória impossível, pois ela só pode ser alcançada pela força de Deus, não pela força do homem. A força que nos permite vencer vem apenas de Deus. Nós devemos perceber e apreciar quão grande o evangelho da água e do Espírito é, quão grande é o amor e a salvação de Deus, porque é este evangelho que nos dará a fé necessária para abraçarmos o martírio. Podemos ser todos fracos, sem talento, sem dons, incompetentes, ignorantes e burros, mas nós ainda temos o poder, pois temos o evangelho da água e do Espírito em nossos corações.
Os nomes daqueles que creem no evangelho da água e do Espírito estão escritos no Livro da Vida. Todos cujos nomes não estiverem escritos no Livro da Vida serão derrotados diante de Satanás e apenas aqueles cujos nomes foram escritos neste Livro, pela fé no evangelho da água e do Espírito, não se dobrarão diante do Diabo. Você deve estar certo que o seu nome está claramente escrito no Livro da Vida. 
Quando formos martirizados, será pela nossa fé no primeiro amor de Cristo, que nosso Senhor Jesus nos deu. Nós podemos aguardar o nosso martírio sem medo ou temor porque cremos que o Espírito Santo que habita em nós nos dará força para enfrentarmos o martírio. Porque o sofrimento do martírio não pode ser comparado à Glória do Céu que nos espera, nós não recuaremos diante da morte, pelo contrário, abraçaremos o martírio para defender o precioso evangelho. Devemos agora deixar para trás qualquer divagação sobre como seremos martirizados, pois, isso não será por nossa própria força, mas por Deus é que seremos martirizados.
Eu tenho certeza que o seguinte anúncio será realizado através de alto-falantes algum dia: “Queridos cidadãos, este é o último dia para receber a marca. Apenas alguns cidadãos têm que receber a marca hoje. Estamos muito gratos por sua cooperação até agora. Receber a marca é muito bom e indispensável para você, pois servirá para estabelecer a ordem em nosso país. Então, por favor venha até a Prefeitura e receba a marca o mais rápido possível. Novamente eu digo, este é o último dia para receber a marca. Aqueles que não receberem a marca até o tempo determinado hoje serão punidos severamente. Agora, para esclarecer, eu chamarei o nome daqueles que ainda não receberam a marca”. É claro que isso é ficção, mas estas coisas certamente acontecerão em um futuro próximo.
Os crentes da Igreja primitiva identificavam uns aos outros com o sinal do peixe. Esta era a senha entre eles. Nós, também, preferiríamos fazer um sinal que nos permitisse reconhecer os nossos irmãos e irmãs, para que pudéssemos encorajar a fé uns dos outros para abraçar o martírio.
Sendo o martírio algo que não podemos alcançar com nossos próprios esforços, podemos deixar de lado as nossas preocupações e encarar o martírio com coragem. Não há nada a temer diante de nossa morte justa. Tudo o que temos que fazer é viver pelo Senhor Jesus, enquanto estivermos na Terra. Nós podemos nos dedicar a Deus porque sabemos que estamos destinados a ser martirizados pelo nome do nosso Deus. Você deve perceber que se tentasse escapar do martírio, por medo de perder suas posses, você iria enfrentar grandes sofrimentos e desastres. Vocês devem se tornar o povo de fé que, sabendo que serão martirizados por Cristo, vivem suas vidas pelo Senhor Jesus até o fim.
Quando percebermos que seremos martirizados, nos tornaremos mais sábios em nossa fé, mente e em nossa vida real. Este conhecimento é a cura para a nossa ignorância, permitindo-nos deixar para trás todos os apegos mundanos remanescentes. Não significa que devemos desistir de nossas vidas, mas que viveremos para o Senhor Jesus. Até que o poder de Deus lance Satanás no abismo, viveremos para o Senhor Jesus que nos salvou, lutaremos e venceremos Satanás e o Anticristo, e daremos toda a Glória da vitória a Deus e somente a Ele. Deus quer ser glorificado por nós. Agradeço ao Senhor Jesus por nos permitir dar, com a nossa fé, Glórias Àquele que tanto nos deu.
Nós cremos que o Senhor Jesus retornará em breve para nos buscar. Quando muitas almas retornarem para Deus no fim dos tempos, Deus as receberá em Seus braços e as levará consigo. Como Deus disse à Igreja de Filadélfia em Apocalipse 3:10: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”. Deus certamente cumprirá Sua Palavra da promessa.
Com “Porque guardaste a palavra da minha perseverança”, Deus está se referindo às vidas fiéis dos santos. Isso significa que eles guardaram com firmeza a sua fé, não importando o que os outros diziam ou faziam com eles. Quando Deus diz que “eu te guardarei da hora da provação”, Ele está dizendo que aqueles que guardarem o Seu mandamento de perseverar serão isentos das provações da fé.
Quando o tempo da tribulação e do martírio chegarem, em outras palavras, Deus irá simplesmente nos tomar quando fielmente estivermos em nossas vidas diárias de cultos e orações. Quando percebermos que estamos prestes a ser martirizados, nossos corações serão limpos de toda sujeira e, como resultado, nossa fé se tornará ainda mais forte. Nós devemos viver nossas vidas presentes de fé diante de Deus lembrando a promessa de Deus, que, com o nosso martírio, seremos libertos da hora da provação. Nós devemos viver pela nossa fé.
O tempo atual é o tempo do Apocalipse. Existem muitos Cristãos ignorantes que, enquanto ignoram a Palavra de Deus, se apegam obstinadamente em suas falsas crenças na doutrina do arrebatamento pré-tribulação. Quando chegarem os últimos dias, eles descobrirão quão errados estavam. Seus dias de influência e poder estão contados; tudo o que temos a fazer é viver na certeza de nossa esperança que Deus irá cumprir a Sua Palavra da promessa.
Quando alcançarmos o meio da Grande Tribulação, seremos martirizados para defender a nossa fé e, um pouco antes das pragas das sete taças começarem, seremos arrebatados no ar por Deus e entraremos no Reino Milenar. Quando a nossa esperança de reinar com Cristo for realizada, todos os nossos sofrimentos nesta Terra serão mais que compensados pelas recompensas que nos esperam, e nossa entrada no eterno Novo Céu e Nova Terra acontecerá com grande alegria. Hoje, nós vivemos pela fé, para o Senhor Jesus, na esperança do cumprimento da promessa de Deus. Confiando que o nosso Senhor Jesus cumprirá todas as Suas promessas, vivemos ansiosos pelo dia em que poderemos viver com Ele para sempre em nossos corpos glorificados.
Eu agradeço a Deus por nos dar o evangelho da perfeita remissão do pecado, por nos capacitar para abraçar o martírio para defender a nossa fé Nele e por nos guardar nas Suas bênçãos.
 

Contexto da Igreja de Éfeso

Éfeso, uma grande cidade portuária na região da Ásia Menor do Império Romano, era um centro de comércio e atividades religiosas. No tempo da Igreja primitiva, era uma crescente cidade internacional; ao norte ficava Esmirna e, ao sul, Mileto. Segundo a mitologia, Amazona, a valente deusa da guerra, construiu a cidade no século 12 A.C., quando ela a cedeu para Androclus, um rei coroado de Atenas.
Éfeso era, materialmente falando, uma cidade próspera, o que significa que também era uma cidade muito mundana. É por isso que Deus disse à Igreja de Éfeso para lutar até o fim e vencer Satanás, para que não se perdesse o evangelho da água e do Espírito. Nós devemos perceber quão importante é a Palavra da verdade de Deus e devemos defender a nossa fé a qualquer custo.
Por intermédio do Apóstolo João, Deus escreveu para a Igreja de Éfeso: “Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer”. A Igreja de Éfeso foi elogiada por Deus pelas suas obras, pela perseverança e por não tolerar o mal, e por testar os falsos apóstolos, trabalhando incansavelmente devido ao Seu nome em perseverança e paciência.
A Igreja de Éfeso também foi repreendida por seus erros. Como vemos na própria passagem: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus”.
É dito na passagem acima que Deus odeia os Nicolaítas. “Os Nicolaítas” aqui se refere a um certo grupo de crentes que permaneciam contra Deus, Sua Igreja e Sua verdade. O que os Nicolaítas fizeram exatamente está descrito com mais detalhes na passagem seguinte, direcionada à Igreja de Pérgamo.
 

Os Erros dos Nicolaítas

Apocalipse 2:14 diz: “Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição”. A referência cruzada com esta passagem pode ser encontrada no capítulo 22 do livro de Números, onde a história de Balaque, Rei dos Moabitas, está relatada.
No tempo em que os Israelitas chegaram às planícies de Moabe em Canaã, após o êxodo do Egito, eles conquistaram as sete tribos da região, “como o boi lambe a erva do campo”. Ouvindo sobre esta conquista, Balaque ficou aterrorizado com Seu Deus, pois ele temia que o destino dos Moabitas seguisse o mesmo caminho das outras tribos já conquistadas por Canaã. Tentando encontrar uma forma de evitar que os Israelitas o conquistasse, Balaque chamou Balaão, um falso profeta, para que ele pudesse amaldiçoar os Israelitas.
Balaão era um falso profeta, mas os gentios pensavam que ele era um servo de Deus. Ele não era descendente do Sumo Sacerdote Arão, nem levita. Mas o rei dos moabitas, Balaque, acreditava que aqueles que Balaão abençoasse seriam abençoados e aqueles a quem ele amaldiçoasse seriam amaldiçoados. Naquela época, Balaão, embora um falso profeta, era famoso em todo o país como um feiticeiro renomado.
Mas Balaão não podia cumprir o que o rei Balaque pediu a ele. A razão foi porque os Israelitas eram o povo de Deus, não só Balaão não tinha permissão de Deus para amaldiçoar os Israelitas, como se ele tentasse a maldição viria sobre ele mesmo. Impressionado com o poder espiritual de Deus, Balaão não podia fazer nada, apenas abençoar os Israelitas. Irritado com isso, Balaque então pediu que Balaão amaldiçoasse os Israelitas de onde eles não poderiam ver.
Balaão recebeu uma grande quantidade de tesouros de Balaque e em troca o ensinou uma forma de trazer maldição aos Israelitas. O esquema era tentá-los a cometer prostituição, convidando-os para participar das festas dos Moabitas e providenciando para eles suas mulheres, para que os Israelitas fossem punidos por Deus pelos seus pecados. Essa foi a forma como o falso profeta Balaão ensinou a Balaque trazer destruição aos Israelitas.
Deus disse que odiou Balaão porque ele era um homem que amava o dinheiro. Existem muitas pessoas na comunidade cristã de hoje que são iguais a Balaão. Eles são todos, de fato, falsos profetas, mas muitos deles ainda são respeitados e reverenciados. Mas o que Balaão ganhou foram bens materiais. Quando ele recebia dinheiro, ele abençoava; quando não recebia, amaldiçoava. Na comunidade cristã de hoje, infelizmente, muitos daqueles que supostamente são servos de Deus são como Balaão. Quando aqueles que creem em Deus só buscam bens materiais, eles terminam como falsos profetas. É por isso que Deus odiava os Nicolaítas.
Você sabe o que traz destruição à Igreja de Deus e aos Seus servos? É o amor ao dinheiro. Aqueles que perseguem apenas ganhos materiais diante de seus olhos enfrentarão sua própria destruição diante de Deus.
 

As Igrejas que seguem Balaão

Hoje, como no tempo dos Apóstolos, existem muitas Igrejas mundanas e falsos servos seguindo o caminho de Balaão. Eles fazem de tudo para conseguir dinheiro de seus seguidores. Por exemplo, existe uma curiosa corrida na congregação para competir entre eles mesmos a testemunharem sua fé não pela sua espiritualidade, mas pelas suas ofertas materiais, como se a contribuição de um crente fosse a medida da sua fé. Dizer que a fé daqueles que contribuem mais é maior que a fé dos que dão menos é uma forma de alimentar esta corrida corrupta para o enriquecimento da Igreja.
É claro que é algo maravilhoso quando os crentes decidem servir a Deus e ao Seu evangelho com seus corações sinceros. Mas os falsos profetas como Balaão atacam os crentes para encherem suas próprias barrigas. Eles incitam os seus seguidores a competirem com testemunhos materiais, como, “Eu dei o dízimo fielmente e Deus me recompensou com bênçãos nos meus negócios”. Enganados por Balaão, os crentes pensam que essa é a verdadeira fé, quando, na verdade, é o caminho para o seu empobrecimento, tanto espiritual como material, falsa pregação e sua própria destruição. 
“As obras dos Nicolaítas” não são outras senão as obras de Balaão. Assim como Balaão, em sua cobiça, ensinou a Balaque colocar uma pedra de tropeço diante dos Israelitas, muitos que dizem ser servos de Deus na comunidade Cristã atual só estão interessados nos bolsos da sua congregação. Aqueles que são levados por estes falsos profetas terminam de mãos vazias, dando todas as suas posses a estes falsos pastores e, o que é pior, mais cedo ou mais tarde eles irão perceber que creram em algo totalmente falso. No fim, irão culpar a falsa Igreja e terminarão renunciando a sua fé. Infelizmente, a triste realidade é que este tipo de coisa não é incomum, mesmo nas tão faladas Igrejas evangélicas. Enganados por Balaão, muitos cristãos são guiados por esta fraude e terminam deixando a Igreja.
A Escritura nos fala que Deus odeia as obras dos Nicolaítas. Se nos seguirmos os Nicolaítas, perderemos a nossa fé em Deus. Temos muitos testemunhos que Deus nos deu e estes são tesouros espirituais enriquecedores. Mas perseguir bens materiais usando o testemunho é algo de que nós devemos absolutamente nos afastar, pois foi assim que os Nicolaítas se tornaram odiados pelo próprio Deus.
 


Fé com Caráter


Deus preveniu todas as sete Igrejas na Ásia contra as obras dos Nicolaítas. Além disso, Ele também prometeu que aqueles que vencessem comeriam da árvore da vida. Quando nós servimos ao Senhor Jesus, o fazemos pela fé, em razão da nossa gratidão pela Sua redenção, porque sabemos que divulgar o evangelho da água e do Espírito é a coisa certa a se fazer. Nós não servimos a Deus para nos mostrar para os outros ou para nos fazer parecer bons de alguma forma. Fazer isso não é uma verdadeira obra e nem a verdadeira fé. Na Igreja de Deus, devemos tomar mais cuidado com as obras dos Nicolaítas. É por isso que o Senhor Jesus advertiu a todas as sete Igrejas da Ásia sobre eles.
Você sabe porque muitas das Igrejas, que não são Igrejas de nascidos de novo, crescem tão rapidamente? Elas crescem porque o que constrói estas Igrejas é a falsa fé e falsos testemunhos. Os servos de Deus nunca devem se aproveitar dos seus rebanhos para encherem suas próprias barrigas.
A verdadeira fé é crer na salvação que Deus nos deu com o batismo de Jesus, Seu sangue na Cruz e Seu julgamento em nosso lugar. Mas muitas Igrejas, nascidas de novo ou não, usam testemunhos para atingir os bolsos de suas congregações. Você deve tomar cuidado e ser sábio o suficiente para reconhecer que enquanto verdadeiros testemunhos estão te edificando e glorificando a Deus, os falsos serão a sua própria armadilha.
As Igrejas mais ricas no mundo atual são guiadas por ministros que são como Balaão. Os líderes da Igreja que seguem o caminho de Balaão usam suas Igrejas para explorar seus seguidores, para alcançar apenas os seus interesses materiais. Os líderes Cristãos como Balaão tiram dinheiro de seus seguidores fazendo com que eles entrem em uma competição entre si por testemunhos materiais. Eu realmente detesto as suas obras.
A verdadeira vida de fé começa com nada menos do que fé. Nós devemos ser sábios o suficiente para evitar as armadilhas dos Nicolaítas que Satanás tem preparado. Todos devem saber o que as obras dos Nicolaítas são e nunca devem ser enganados pelos servos de Satanás, cuja ganância não tem limites. Os servos de Deus devem ser extremamente cuidadosos neste sentido. Isso inclui os ministros. Quando os ministros se tornam muito preocupados com seus bens materiais – que carros eles dirigem, o tamanho de suas casas, a quantidade de terras que possuem, a quantidade de dinheiro em suas contas bancárias – eles acabam corrompendo as suas Igrejas, levando-as no caminho dos Nicolaítas.
Deus falou para as sete Igrejas na Ásia para tomarem um cuidado especial com este assunto. O homem com a fé de Balaão só visa ganhos materiais, glória pessoal e algumas vezes pretende se tornar o fundador de uma seita. A Igreja de Deus não deve buscar para si possessões materiais. Como Deus nos prometeu que ele abençoaria aqueles que guardassem o evangelho da água e do Espírito, nós devemos usar nossos bens materiais para pregar o evangelho, não para guardá-los na Terra.
 


Rejeite os Falsos Pastores


Mesmo os crentes nascidos de novo serão destruídos se forem pegos pelas armadilhas dos Nicolaítas. No início eles podem pensar que a fé de tais líderes é maravilhosa e forte, mas a decepção dos falsos pastores acabará os guiando para a sua destruição.
Deus disse ao anjo da Igreja de Éfeso que Ele odiava as obras dos Nicolaítas. Todos os que forem apanhados pelos nicolaítas enfrentarão a sua condenação certa. Quer ele seja um crente nascido de novo, um servo de Deus ou qualquer outra pessoa, a destruição é uma certeza quando preso pelos Nicolaítas. Assim como um mau pastor conduz o rebanho à morte, os falsos profetas trazem maldições.
É por isso que Deus disse a Seus servos para “apascentar Minhas ovelhas”. Os servos de Deus devem cuidar dos crentes como pastores cuidam de suas ovelhas, protegendo-as do perigo e cuidando de suas necessidades. Como Pastores, eles devem se certificar de que seus rebanhos não se desviem, descobrir quais perigos podem se esconder diante deles e evitar que se aproximem de tais perigos.
Eu ouvi de pessoas que realmente criam ovelhas que elas são os animais mais teimosos. Nós não somos como estas ovelhas obstinadas diante de Deus? Deus tinha uma boa razão quando usou a metáfora das ovelhas para nos descrever, pois, Ele sabe muito bem como somos teimosos em nossa essência.
Por que Deus fala repetidamente sobre as obras dos Nicolaítas, Jezebel e Balaão para as sete Igrejas da Ásia? Por que Ele promete que aqueles que vencerem comerão da árvore da vida? Ele fez isso para nos ensinar que devemos nos guardar contra as enganações dos falsos profetas. Nós devemos meditar na Palavra de Deus e perguntar a nós mesmos, “Qual é o verdadeiro evangelho da água e do Espírito? Misturar a Palavra de Deus com ensinamentos humanos e sistematizá-los não quer dizer que isso seja o evangelho. Existem muitos belos sermões preparados e ministrados no Cristianismo atual que não têm nada a ver com o evangelho da água e do Espírito. Muitos pregadores famosos têm até mesmo seus próprios escritores de discursos para prepararem seus sermões, e tudo o que fazem é ler esses textos preparados por outras pessoas”.
Nós nunca devemos cair nas ciladas dos Nicolaítas. A Igreja dos nascidos de novo deve tomar cuidado para não perseguir ganhos materiais; os Ministros em particular devem estar em constante guarda, mas também o restante da congregação. Tentar tirar dinheiro dos membros da Igreja, enfeitar a Igreja com extravagância material e construir Igrejas que parecem mais palácios do que Templos de adoração – tudo isso enquanto pregam o retorno iminente do Senhor Jesus! – são todas obras de uma falsa fé, precisamente as obras dos Nicolaítas.
Nós particularmente devemos tomar cuidado com os falsos pastores e devemos estar certos que nunca seremos enganados para seguir sua fé. Os santos simplesmente não devem amar o dinheiro, pelo contrário, o que devemos guardar e amar é o evangelho da água e do Espírito, o primeiro amor de Deus. Nós devemos viver nossas vidas fiéis agarrados na verdade, que Ele nos salvou pela água e pelo sangue de Cristo, até o dia que nos encontrarmos com Ele. Nós devemos crer na Palavra de Deus, que Jesus levou todos os nossos pecados com o Seu batismo e Sua morte na Cruz.
Aqueles que seguem os nicolaítas nunca pregam o evangelho da água e do Espírito. Eles não estão interessados nas obras do evangelho da água e do Espírito, mas apenas em ganhar dinheiro. Estes são os “Balaãos” de hoje, que colocaram uma pedra de tropeço diante dos israelitas e os conduziram à destruição. Você deve se lembrar disso.
Balaão foi morto por Josué. Como relata o Livro de Josué, este falso profeta foi morto pela espada de Josué quando os Israelitas conquistaram Canaã. Balaão foi morto porque não era um verdadeiro servo de Deus. Todos aqueles que usam o nome de Cristo para explorarem os crentes inocentes e alimentam suas próprias barrigas são como Balaão. Nós devemos nos lembrar que Balaão usou todos os meios disponíveis para alimentar a sua cobiça.
Deus disse para os servos da Igreja de Éfeso: “Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus”. Esta passagem também significa que aqueles que perderem serão mortos. Seguir o caminho de Balaão é perder, é o caminho para a sua própria morte. Deus nos deu a Sua Palavra de advertência para que nós não caíssemos nas armadilhas dos Nicolaítas e eu agradeço a Ele por isso. Minha sincera esperança e oração é que você não caia diante das tentações materiais e seja abandonado por Deus pela sua cobiça.